terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CONFUSÃO NA ADORAÇÃO

O que poderia ser motivo de unidade, hoje nos afasta. O que poderia ser um caminho de aliança, hoje faz romper; o que poderia ser motivo de edificação, faz ruir; o que poderia ser caminho de testemunho, impede incrédulos de enxergar e conhecer o cerne do evangelho! O que poderia exaltar a pessoa de Jesus, exalta pessoas, ministérios e “pequenos reinos”. Adoração confusa marca nossa época presente, refletindo a falta de ensino bíblico e interpretações estranhas das Escrituras!

Algumas décadas atrás, a igreja brasileira sofreu algumas divisões provocadas por entendimentos diferentes quanto à doutrina do Espírito Santo e a adoração. Na adoração e louvor, as divisões quase todas se deram por uma análise das “posturas externas”. Uns levantavam a mão, outros não, uns diziam aleluia, outros não, uns batiam palmas, outros não, uns dançavam, outros não, uns falavam em línguas, outros não, uns eram informais nos cultos públicos, outros não, etc.
Nossa adoração pública era influenciada por movimentos musicais que refletiam situações específicas vividas por algumas pessoas ou algumas igrejas em seus países de origem. Recebemos heranças e não há como negar, os missionários trouxeram para a igreja brasileira, e muito foi absorvido sem questionamento ou uma análise mais profunda. Por exemplo, dizia-se que não se podia usar música popular nos cânticos e hinos, e não nos dávamos conta que nossos hinários estavam repletos de músicas populares acrescidas com letras de temática bíblica ou cristã.
Tivemos a influencia de Ralph Carmichael, Otis Schillings, Salomão Ginsburg, Kurt Kaiser, Beverly Shea (das cruzadas de Billy Graham), do ministério Maranatha Music, das cantatas de Peterson, etc. Em seu pano de fundo, refletiam momentos com ênfases doutrinárias vividas pela igreja na América do Norte. A igreja brasileira, ainda sem uma identidade na adoração, simplesmente absorvia estes modelos e produções, muitas delas de excelente qualidade musical e teológica, outras nem tanto.
Fomos nos tornando mais rebuscados na adoração e em nossas manifestações artísticas, ao mesmo tempo em que se confundia adoração somente com música. A igreja estava desmobilizada para a adoração pessoal e comunitária, vivia-se de apresentações musicais onde as pessoas “assistiam” os chamados “serviços de culto”. A tentação de copiar modelos era grande, a busca por novidades era intensa e não tínhamos muitos mentores que pudessem ajudar a igreja brasileira a crescer nesta compreensão da adoração.
Por isso que trabalhos como o do Pr. João Souza Filho, Gottfriedson, Asaph Borba (na época na Seara Latina Evangelística), Jairinho e Paulo César (na época na Palavra da Vida), Vencedores por Cristo, tornaram-se referenciais para muitos. E graças a Deus, bons referenciais. Fomos abençoados por eles.
A busca por modelos e novidades que vêm de fora continua como característica da igreja brasileira nestes dias. Uma geração mais enfraquecida em sua compreensão bíblica, pois quase desapareceram os mestres e pastores que pregam a Bíblia expositivamente, preocupados e cuidadosos em ensinar o que ela diz, considerando as linguas originais, contexto, regras básicas de interpretação bíblica, etc. Conseqüentemente, o povo está menos habilitado a discernir e avaliar o que estamos ouvindo e vendo, fazendo o filtro fundamental de “reter o que é bom”.
Infelizmente, em nossa geração consumista, instantânea e internética, que cultua a “imagem”, que “clama” novidades o tempo todo (Ron Kenoly e Graham Kendrick já são vistos como ultrapassados, imaginem só!), não buscamos os caminhos de simplicidade na adoração conforme ensinado por Jesus. Ele que nunca se iludiu ou se iludirá com manifestações e aparências externas na forma de religiosidade (Isaías 1) ou de eventos megalomaníacos para a mídia.

O lugar esquecido da adoração, continua sendo o coração do homem, quebrantado, humilde e que reconhece a necessidade existencial e espiritual de conhecer, se entregar e andar com Cristo Jesus para de fato poder adorar a Deus (João 4:20-28). Enquanto isso, trabalhos musicais aportam numa velocidade incrível em nosso país, disseminando e despejando suas idéias e convicções sobre adoração, algumas bem pontuais, circunstanciais, e baseados na experiência ou revelações recebidas, de uma ou duas pessoas.

Tenho participado de um número enorme de encontros, retiros e congressos, onde, em nome de “contribuir” para a visão da igreja brasileira, colocam-se pessoas de todas as tendências, estilos e pensamentos diferentes, para que, como num grande supermercado, escolhamos a linha ou visão a seguir. A idéia é: “consuma o que desejar e for pertinente para a sua realidade”. Quase no slogan do comercial conhecido em nosso país “experimenta, experimenta, experimenta”.....

Ao contrário de maturidade, abertura de mente e humildade, isto reflete nossa insegurança e imaturidade em não balizar caminhos saudáveis para a adoração através do que a Bíblia realmente ensina, isto é, numa exegese mínima aceitável.
Demonstra também uma grande fragilidade dos chamados líderes de adoração (termo que precisa também ser definido e explicado), que não ajudam as pessoas a discernir o que é bíblico e pertinente para a adoração. Falta-nos coragem de dizer o que cremos ou pensamos de fato e alertar sobre enganos que temos visto.

Em nome de uma “unidade cosmética”, refletida em muitos palcos, ficamos em nossos cantos, vendo proliferar idéias e manifestações perigosas; algumas altamente manipulativas e humanizadas, e não colocamos a cara para bater falando, exortando e alertando dos perigos que alienam as pessoas de uma adoração que deve estar presente na vida, no cotidiano, no dia a dia, no silêncio, nos relacionamentos, onde ninguém vê ou está olhando, sem rádio e TV .

Percebemos uma igreja que é altamente desmobilizada, por exemplo, na prática da ação social e ministério do socorro, adoração prática recomendada por Tiago (Tg 1.27). Onde estão as “reuniões poderosas de adoração” no serviço em favelas, hospitais, cuidando dos meninos e homens de rua, na evangelização e obra de missões, que transformam pessoas e realidades sociais? Onde está a adoração que abraça causas humanas e de justiça? Isto não passa nem de perto na compreensão de vários ministérios e líderes de adoração que caminham em nosso país.

Ouve-se sobre adoração profética, sem se definir o que significa adoração e o que se quer dizer com profético. Como se ouve tanta coisa sobre isto, e mal explicado, quase como um jargão, a confusão se instala. Usam-se de forma inadequada o termo profético e a palavra profecia.

O retorno ao louvor hebraico como pré-requisito na adoração,“parece” o caminho mais seguro ou divino, mas é um engano; busca-se então, um modelo de louvor chamado extravagante (precisamos buscar as bases bíblicas sobre o que é isto), Outro caminho trilhado tem sido a chamada “adoração no e do “mover” (quem conseguiu mapear a ação do Espírito que sopra onde quer, ninguém sabe de onde ele vem e nem para onde vai?). Outras ênfases sobre “posturas” do adorador tem sido veiculadas, quase como mudança de hábitos ou comportamento, e não de transformação interna e pessoal, etc.

O Pai continua a procura dos que o adorem em espírito e em verdade. Como igreja, precisamos sempre do ensino e compreensão bíblica sobre adoração; o caminho está aberto para os mestres, pastores, e os que ministram louvor em nosso país que tem seus ministérios reconhecidos. As pessoas estão olhando para estes referenciais, e, portanto, temos que ser mais prudentes.

Esclarecer e não confundir, ajudar as pessoas comuns a encontrar e adorar a Jesus na singeleza e simplicidade da vida, na meditação, na oração, na comunhão, na missão, na contemplação, e não em ritos mágicos, em oráculos e modelos decifrados por alguns especialistas e privilegiados dos “mistérios” da adoração.

Há uma grande responsabilidade sobre os que ensinam em ajudar a igreja brasileira a entender, expressar e viver a adoração em todas as suas dimensões. A capacitação sem dúvida é do Espírito Santo.Temos boas influências que vêm de fora de nosso país, cabe-nos orar, ouvir, discernir com sabedoria e mútuo conselho, e reter o que é bom, segundo a revelação da Palavra de Deus.

Por Nelson Bomilcar

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

ADORAÇÃO E MISSÃO



A adoração é a vocação primária e natural do cristão. A Confissão de Westminster afirma, no seu primeiro parágrafo, que o fim do homem é adorar a Deus e gozá-lo para sempre. Vale a pena citar estas palavras de William Temple: “Adoração é a submissão de todo o nosso ser a Deus. É tomar consciência de sua santidade; é o sustento da mente com sua verdade; é a purificação da imaginação por sua beleza; é a abertura do coração a seu amor; é a rendição da vontade a seus propósitos. E tudo isto se traduz em louvor, a mais íntima emoção, o melhor remédio para o egoísmo que é o pecado original.”

A igreja moderna limitou o ato da adoração ao culto e vem reduzindo-o ao ato de cantar e, em alguns casos, dançar. Adorar, para muitos cristãos, significa cantar na igreja, de preferência com os olhos fechados e as mãos levantadas. Apenas isto. Porém, quando consideramos o ensino bíblico, as confissões históricas e esta brilhante definição de William Temple, reconhecemos que a adoração abrange muito mais do que aquilo a que o pragmatismo moderno a reduziu.

Uma consideração importante para nossa compreensão da adoração é que Jesus Cristo é o único verdadeiro adorador, pois somente ele pôde oferecer a única oferta de adoração aceita por Deus, por ser absolutamente perfeita. Em sua vida de absoluta dependência e obediência, ele se ofereceu inteiramente ao Pai em sacrifício pelos nossos pecados. Ele se fez homem, tornou-se servo, foi obediente até a morte e morte de cruz. Pela perfeição da sua oferta, tornou-se sumo sacerdote para apresentar-nos a Deus e tornar a nossa oferta aceitável. Por meio de Cristo somos redimidos e reconciliados com Deus para uma vida de comunhão e adoração. Ele é o nosso mediador, que leva consigo nossas dores e pesares, bem como nossas alegrias e esperanças, nossas orações e súplicas e as apresenta como nosso intercessor diante do Pai. Aquilo que nós falhamos em fazer por causa do pecado, ele agora realiza por nós, em nosso lugar, tornando nossa oferta, em seu nome, agradável a Deus. Ele coloca-se em nosso lugar diante do Pai a fim de redimir nossa falência, e pelo seu Espírito nos ajuda em nossas fraquezas porque não sabemos orar como convém.

A adoração de Cristo foi sua resposta amorosa e obediente ao Pai. Por meio de sua obra na cruz ele fez de nós sua igreja e seu povo, e nos chama para sermos um novo sacerdócio a fim de oferecermos sacrifícios espirituais em seu nome. A adoração de Cristo é a obra que ele realiza ao trazer a criação de volta aos propósitos do Criador. Portanto, qualquer que seja a nossa adoração, ela deverá ser sempre um litúrgico amém à adoração de Cristo.

Ao reduzirmos nossa compreensão da adoração ao que fazemos na igreja quando cantamos, limitamos nossa participação naquilo que Cristo fez e continua fazendo em sua obra redentora. Adorar, tendo diante de nós o Filho de Deus encarnado, nos leva a reconhecer que o ato da adoração envolve a nossa participação na mesma obra de Cristo. Adorar é viver em obediência a Cristo. É por isso que o apóstolo Paulo faz este veemente apelo: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Para ele, adorar é a entrega de todo o nosso ser em oferta obediente a Deus por meio de Cristo.

Ao reconhecermos que a única oferta que Deus aceita é a de seu Filho, a oferta que apresentamos a ele é a nossa participação na oferta de seu Filho quando, em obediência e amor, nos entregamos a ele e participamos de sua obra redentora. Na definição de William Temple não vemos uma única referência a cantar ou dançar, mas que adorar é submeter todo o ser a Deus, nos render ao seu propósito, purificar a imaginação pela sua beleza, abrir o coração ao seu amor, desejar a santidade do seu caráter. É isto que encontramos em Cristo, nosso verdadeiro adorador, e é isto que o mundo espera encontrar em nós.

Somos uma igreja que canta e dança muito bem, mas adorar é mais do que isto, é expressar no caráter e nas ações a beleza do Criador, é encarnar a missão de Cristo e participar de sua obra redentora. Foi para isto que ele nos criou e para isto que ele nos redimiu.

Fonte: Revista Ultimato
Por Ricardo Barbosa

Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de Janelas para a Vida e O Caminho do Coração.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ministério Musical

Os músicos devem ter em mente que, para ministrar ao Senhor é preciso que sejam conhecidos; não por homens, mas por Deus.

O ministério de Música e louvor é órgão de coordenação musical e de execução da atividade musical da igreja.

Visando a edificação e a expansão do louvor e da adoração ao Senhor Jesus Cristo. Preparando os corações para a mensagem da Palavra de Deus.

Assim a música verdadeiramente servirá a cada pessoa e a igreja num canto coletivo de unidade em louvor e adoração (II Cr 5:13).

A técnica ou o estilo é importante, contudo devem estar em função de alguma coisa. O ponto de vista básico a ser considerado nestas questões é: "a música está em função de uma experiência de comunhão com Deus e de prosperidade em adoração?".

Os músicos não devem apenas se colocar em posição de cantar ou de tocar, só por fazer música; precisam estar ungidos. Antes de ministrar, necessitam de tempo a sós com Deus para orarem juntos, a fim de obter a unção (=capacitação).

Eis algumas características daqueles que possuem unção:

Falam de maneira espiritual - fala cheio do Espírito Santo;
Falam sobrenaturalmente com salmos, hinos e cânticos espirituais;
Falam com intrepidez a Palavra de Deus;
Sinceramente e continuamente dão graças a Deus por tudo;
Tem um espírito ou atitude humilde;
Tem um espírito disciplinável e submisso;
Permanecem cheios da Palavra e cheios do Espírito;
Tem discernimento de espíritos
Tem autoridade para expulsar demônios, curar enfermos.
Devem ter em mente que, para ministrar ao Senhor é preciso que sejam conhecidos; não por homens, mas por Deus. Ter o cuidado de vigiar, não estando com o intuito de parecer bem aos homens, mas a Deus.

Estes aspectos vem através do conhecimento dos caminhos de Deus. (Ef 3:19) são aprendidos na experiência de alguns anos.

Os ministros, músicos, cantores devem transpirar amor pelo Senhor, pela igreja e pela obra que nos foi confiada. Ele deve ser adorador, ter convicção de chamado levítico, ser íntegro, ser disciplinado, habilidoso no tocar, cantar e tocar com unção, saber ouvir a voz de Deus, Ter uma fé viva, ser sóbrio no vestir, nas atitudes, na linguagem e saber mover-se na unção do Espírito Santo.

Por Alexsandro S. Castro

Fonte:www.ameprod.com.br


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A massificação Babilônica da música gospel


O principal objetivo deste trabalho é comparar três textos de fontes distintas, mas que tratam do mesmo assunto.

No livro de Daniel, capítulo três, mostra que o rei Nabucodonosor fez uma estátua magnífica da altura de um prédio de 7 andares, toda revestida de ouro. Não se via e, não se vê hoje, uma estátua desse tamanho revestida de ouro.

Mas o rei não estava satisfeito com isso, contratou músicos e instrumentos de toda a espécie. Instrumentos como o som da buzina, da flauta, da harpa, da sambuca, do saltério, da gaita de foles, algo de aparência ímpar.

Se em pleno século XXI é difícil encontramos uma orquestra em uma praça tocando para todos, com tão variados instrumentos, quanto mais naquela época juntar todos estes instrumentos e colocá-los em uma praça para todo o povo. Vale lembrar que alguns instrumentos eram privilégios de apenas para os reis e a corte.

A forma estética da estátua de ouro, juntamente com a maravilhosa orquestra são o palco de uma estratégia para alcançar todos os que estão na Babilônia. Não tem como passar pela cidade e não se maravilhar com uma estátua de ouro daquele tamanho e não parar para ouvir e apreciar a orquestra tão rara e bela que o rei colocou para introdução de seu próprio culto. Mexendo com as emoções através das músicas, fica mais fácil concluir que só um deus poderia proporcionar tão bela estética para um povo simples e desprovido deste privilégio em seu cotidiano.

Mas por que o rei Nabucodonosor colocou aquela banda toda na rua antes do grande ato de adoração de sua imagem? A estátua gigante de ouro não era suficiente? Não.

Eu gostaria de fazer um paralelo deste acontecimento com uma reportagem que li em um site que trás as “noticias Super Gospeis” falando do mega show que juntou, segundo eles, mais de um milhão de pessoas: “Seis anos depois de seu primeiro CD gravado ao vivo, o Ministério de Louvor … grava mais um CD, mas como todos os outros, não foi apenas um show. Mais de um milhão de adoradores se reuniram ali no Centro Administrativo da Bahia para proclamar que só o Senhor é Deus! Um coral de 4.500 vozes de igrejas da Bahia estava presente naquela maravilhosa noite.”

A reportagem continua falando das músicas e dezenas de dançarinos e músicos que estavam naquele mega show, fala de um palco gigante construído apenas para o evento e da cidade que se mobilizou toda em volta do evento.

Não é apenas um louvor, nem apenas um show, como diz o repórter, é O evento de adoração. Onde se reúne toda espécie de músicos, instrumentos, show de luzes, telões e até um coral de 4500 vozes. A multidão vai ao delírio com as músicas e o show. O espetáculo sonoro e estético é algo não visto antes pela grande parte daquelas pessoas que estavam ali presentes.

Não é à toa que os CDs e DVDs de grupos como estes estão entre os mais vendidos do Brasil. São grupos que alcançaram a multidão com suas músicas e seus mega shows.

Qual o paralelo que quero fazer entre um mega show idólatra e profano de Nabucodonosor e o Mega show de adoração das bandas atuais, como este show na Bahia? O argumento em que Marx Weber se baseia e usa ao definir a estética no livro “Os Pensadores, Ensaios de Sociologia” na pagina 257 é que:

“Na realidade empírica, histórica, esta afinidade psicológica entre arte e religião levou a alianças sempre renovadas, bastante significativas para a evolução da arte… Quanto mais desejavam ser religiões universalistas de massa, tanto mais sistemáticas eram as suas alianças com a arte.”

Nisso, Weber interpretou com maestria a grande aliança entre a arte e a religião. A arte não é só uma ferramenta para a expansão e aceitação de uma religião para um povo, mas é o elemento básico de massificação de uma nova religião. No movimento Gospel brasileiro a intenção de alcançar as massas é o que nutre a grande aliança entre a arte e a religião.

Foi assim com Nabucodonosor e é, principalmente, nos dias de hoje, no movimento gospel Brasileiro. Não devemos negar a arte, como os que querem purificar a religião protestante, mas devemos entender a posição que ela ocupa nos nossos dias.

O uso da arte é para a massificação da religião gospel, este é o objetivo final, é o valor maior. E a adesão legitima qualquer forma de arte, ainda mais uma arte mágica, um show mágico, onde qualquer desvio bíblico fica em segundo plano.

É lógico que não usamos os termos que Weber usava, usamos os termos evangélicos: a arte mágica ganhou o nome de canções cheias de unção e a massificação ganhou o nome bonito de evangelização.

Marcos Botelho

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Louvor Mal-Feito

Por que vemos na Igreja de hoje louvor tão mal-feito? Por que os músicos do mundo são melhores do que a maioria dos músicos da igreja? Por que não temos qualidade nas músicas da igreja?
Bem, algumas questões como esta me deixam por vezes chateada ao ver em nossas igrejas, músicas mal ensaiadas, orquestras desafinadas, instrumentos mal tocados, sem contar ministros mal preparados espiritualmente falando, não levando as coisas a sério! Graças a Deus o Senhor tem restaurado o Altar de Sua Igreja quanto à postura do adorador, e muitas pessoas têm sido acordadas pelo Santo Espírito para se consagrarem e separarem a Deus!

Mas e quanto ao lado técnico? Será que podemos simplesmente orar, e não precisa ensaiar tanto, já que existe a unção de Deus? É triste ver como pessoas entram no louvor da Casa do Senhor, simplesmente achando que já sabem tudo. Às vezes, é até pior. Só porque sabem alguns poucos tons no violão, alguns acordes do teclado, ou um pouquinho de flauta, sax, ou o que seja, já começam a tocar, e acabam parando de estudar! Será que Deus aceita isso? Por que os músicos do mundo ensaiam infinitas horas?

Estes dias, eu estava meditando na Palavra de Deus e li algo que entra neste assunto de excelência! A Bíblia conta sobre como a rainha de Sabá se sentiu quando viu a excelência do trabalho do rei Salomão. Se você examinar o texto de II Cr. 9:1-8, você vai ver. Leia isto: "Vendo, pois, a rainha de Sabá a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara; e as iguarias de sua mesa, o assentar dos seus servos, o estar dos seus criados, e as vestes deles; e os seus copeiros, e as vestes deles; e a sua subida pela qual ele chegava à casa do Senhor, ela ficou como fora de si..."

O que a rainha de Sabá viu, a fez elogiar o rei Salomão. A palavra diz que ela ficou como fora de si. Mas muito mais importante do que isto, sua excelência fez com que ela louvasse a Deus, adorasse ao Senhor por tudo aquilo que ela tinha visto: "Bendito seja o Senhor, teu Deus, que se agradou de ti para te colocar no seu trono como rei para o Senhor teu Deus." (v. 8). Ela exaltou a Deus: "Bendito seja o Senhor".

Temos que buscar excelência em tudo o que fazemos para o Senhor! Ele merece o melhor de nós. Não é porque queremos impressiona-lo. Nem mesmo o melhor cantor ou instrumentista jamais poderia impressiona-lo! Ele tem em frente de Si corais de anjos, melodias lindíssimas e incomparáveis! Mas quando damos a Ele o melhor que podemos fazer, isto mostra que nosso coração sente vontade de oferecer sacrifícios de louvor, de dar a Ele algo que nos custe; mostra a gratidão de nossos corações, e espelha na verdade uma característica de Jesus: EXCELÊNCIA!

Espero que possa ter lhe ajudado em alguma coisa. Que você disponha seu coração a fazer o melhor para nosso Amado!


A serviço do Rei, olhando para o alto
Raquel Emerick
http://www.ministerioalem.com
raquelcpn@hotmail.com

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Louvor e Adoração

O momento do culto é o momento da grande celebração ao Senhor. É quando a congregação se reúne para celebrar o milagre da ressurreição de Jesus, da nova vida em Cristo, da comunhão no Espírito e das conquistas espirituais.

Preparação dos ministros - II Tm. 2:15

· no aspecto espiritual é necessário oração e leitura bíblica diariamente;

· um jejum semanal;

· oração e compartilhamento entre o grupo.

· no aspecto musical é preciso realizar ensaios para que haja entrosamento (iniciar com um texto bíblico e oração);

· ter uma lista definida de cânticos; quando forem novos, providenciar cifras;

· manter a ordem no ensaio evitando distrações, brincadeiras e conversas paralelas que são verdadeiros "ladrões de unção";

· é necessário total concentração durante o ensaio; estar atento às orientações, arranjos, rítmica, métricas, etc;

· o tempo do ensaio deve ser também um tempo de ministração.

Repertório - Sl. 96:1

· elaborar um repertório adequado ao tipo de reunião, ex: reunião de jovens, evangelismo, ceia, etc; o repertório de um culto dominical é diferente de um lançamento de um cd, por exemplo;

· elaborar um repertório adequado ao tempo de duração do louvor (conferir com o pastor); Dependendo do tempo dado à ministração dos cânticos não será necessário uma lista extensa de músicas. Estar sensível e atento a isso, e como no tópico anterior, diferenciar o tipo de programação;

· no caso de culto, é importante que o tema dos cânticos seja um só;

· é importante que o período de louvor seja iniciado com cânticos de celebração e de guerra, seguidos de cânticos de adoração. Isso pode mudar segundo a orientação do Espírito Santo, mas é necessário ter uma ordem na sequência dos cânticos;

O dirigente - II Cr. 29:27-30

O rei Ezequias estava a frente representando a liderança principal. Os líderes devem ir a frente e ensinar os seus músicos a profetizar!

O dirigente tem uma função importante no processo de culto coletivo. É responsável em conduzir a congregação na adoração ao Senhor. Para isso precisa estar consciente da sua missão e devidamente preparado. Vejamos alguns princípios que facilitarão sua tarefa:

a) dependência do Espírito - antes de tudo, buscar essa dependência geral, total e irrestrita, entendendo que o culto é do Espírito Santo e Ele sabe o que é melhor para cada pessoa na congregação, e dá ao dirigente as diretrizes da reunião - Rm. 8:26-27.

b) abertura do culto - o dirigente deve procurar tratar o povo com amabilidade, encorajando-o com uma promessa da Palavra, tomar cuidado com a maneira de falar, não ser grosseiro, indelicado, etc. Esse primeiro contato é a chave para o desenvolvimento de uma ministração abençoada e abençoadora.

c) devemos evitar - "pregações" durante o louvor, interromper a ministração para "ler a Bíblia", deixar o povo em pé por muito tempo, vestimenta inadequada, tipo roupa justa, transparente, cores chamativas, etc. Lembre-se que o louvor não é para o homem, mas para Deus! As pessoas devem olhar para Ele!

d) sensibilidade - estar atento à maneira como o louvor está transcorrendo e explorar um determinado cântico quando perceber que está fluindo profeticamente. Evitar deixar "brancos" entre um cântico e outro; para isso é indispensável desenvolver um bom entrosamento com os músicos, combinar sinais, etc.

e) expressão - está também ligada à inspiração que nasce do nosso tempo diário com o Senhor. A pessoa inspirada tem expressão! A principal fonte de inspiração é a Palavra de Deus. Quanto mais Palavra eu tiver mais inspirado serei. Ao meditar naquilo que canto, o resultado será uma expressão real de vida, que contagiará toda a congregação. Dessa forma, "chegarei" (ter acesso) no povo e terei a situação sob controle - Pv. 15:1.

Os músicos - Sl. 33:3

a) expressão - vale para os músicos os mesmos princípios aplicáveis ao dirigente na questão da expressão. Os músicos também têm um papel fundamental no louvor, principalmente o de profetizar com seus instrumentos - II Rs. 3:15. Precisam se exercitar nisto em casa, nos ensaios, nos cultos, dando total importância a esse desafio, aprofundando-o cada vez mais - I Cr. 25:1.

b) disciplina - é fruto de maturidade musical. O músico maduro tem conhecimento de suas responsabilidades e procura cumpri-las à risca. Por exemplo: chega nos horários marcados, tem cuidado com os equipamentos da igreja, nos ensaios obedece os arranjos apresentados, controla o volume do seu instrumento, nos ensaios e antes de começar o culto, não "desperdiça" unção tocando "outras músicas" (Altar no A.T. era usado para sacrifício.

"Palco" é diferente de "altar"), quando o arranjo pede um solo, toca somente o necessário sem se exceder, procura estar em sintonia com tudo o que acontece durante o louvor, ou seja, não é um "alienígena" em cima do púlpito (o não se exceder também se aplica ao grupo vocal).

c) inspiração - a exemplo do dirigente, o músico sempre deve estar inspirado - I Sm. 18:10. O músico inspirado está sempre pronto à participar inclusive com cânticos espirituais (vale para o backing vocal também).

Observando esses princípios básicos estaremos cooperando com o propósito do Pai e seremos grandemente abençoados!

Deus os abençoe,

Adhemar de Campos

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A PRIORIDADE DO MINISTÉRIO

O segredo do sucesso de um ministério cristão está em como ele se localiza prioritariamente na vida do cristão. Muitos dizem: “O ministério, certamente, ocupa o primeiro lugar, pois afinal trabalhamos para o Senhor!”. Devemos nos lembrar que o ministério é FRUTO de uma vida de adoração e comunhão com Deus, do exercício deste relacionamento na família, servindo a nosso cônjuge e filhos, do nosso trabalho e formação.

Devemos viver em função do direito que Deus tem sobre nossa vida. Este direito tem prioridade sobre os outros interesses humanos. A ordem das prioridades de Deus:

. Deus (Ef 5:18-19)

. Cônjuge (Ef 5:21-33)

. Filhos (Ef 6:1-4)

. Profissão (Ef 6:5-9)

. Ministério (Ef 6:11-12)

É importante entendermos que o ministério, embora seja a nossa quinta prioridade, na verdade refletirá como estamos nos saindo nas quatro primeiras. Mesmo ele sendo a quinta prioridade, isso não indica que deva ser exercido quando possível, ou quando sobrar tempo, pois ele não deixa de ser também uma prioridade. No momento que estou me dedicando a ele, então se torna a minha prioridade. Isto também se aplica as outras.

Um ministério fraco denota um fraco relacionamento com Deus, e não falta de tempo em virtudes das outras prioridades. Um ministério fraco não é aquele que não aparece, mas aquele que, para a própria pessoa que o exerce, é algo pesado, enfadonho, sem alegria, sem entusiasmo, sem perspectiva, sem frutos.

Nossa vida é falar de Cristo, é manifestar a Ele onde quer que estejamos, na família, trabalho, comunidade. E para isto, cada um recebeu de Deus pelo menos um dom ou capacitação especial. O ministério permeia a vida. Ele está embutido naquilo que fazemos, pensamos. Se você atua no ministério da música, com certeza isso sempre estará em sua mente, e merece uma atenção especial. Do mesmo modo se você trabalha com casais, jovens, crianças etc. A multiforme graça de Deus se manifesta não por meio de uma só pessoa ou grupo, mas em todo o Corpo de Cristo.

Se o nosso relacionamento com Deus ultrapassar a barreira da religiosidade, e começarmos a agir como filhos, amigos de Deus, Ele revelará ao nosso coração os seus segredos, os seus pensamentos, anseios e desejos. E como filhos (e não apenas servos), como amigos que merecem confiança, Ele nos revelará como devemos cuidar do nosso cônjuge, filhos, família, profissão e ministério. Ele nos dará o ponto de equilíbrio! Receberemos Palavra fresca pelo seu Espírito que habita em nós, e esta Palavra em nós será uma fonte a jorrar para a vida eterna.

Deus abençoe!

Ronaldo Bezerra